Tópicos da Intervenção que fiz nas Conversas sobre Agricultura no Fórum da Agrogarante, Vila Real, dia 10 Novembro
Título: Tendências da região e do setor
(Região = Trás os Montes; Setor = Agricultura e Agro industria)
1.
Tendências na região de Trás os Montes
1.1. Vinha e vinho – dar valor
acrescentado – cuidar dos pormenores da vinha e do vinho. Controlar custos de
produção. Caminhar do preço do vinho no mercado para o o valor da garrafa do
vinho à saída da adega e para o quilo da uva à porta da adega. Outro objetivo:
mais vinhos para além do Barca Velha, que cheguem aos 100 pontos nas avaliações
dos peritos internacionais de referência. Ligação da vinha e do vinho ao
turismo. Cooperação entre produtores e agroindústria das várias regiões
vitivinícolas para dar escala e baixar custos no acesso aos mercados
internacionais. O vinho português é pouco conhecido pelos consumidores comuns
nos países consumidores, pelo que é preciso uma estratégia de digitalização
elaborada nos mercados de destino para dar a conhecer os vinhos de Portugal a
esses potenciais consumidores.
1.2. Azeite: implementar o processo que se fez no vinho há 25 anos: marcas de produtores, marcas de azeites por variedade e olival específico. Trabalho conjunto das principais lagares de Tras os Montes para manterem a regularidade de abastecimento dos mercados de alto valor acrescentado, evitando vender o azeite a players internacionais sobretudo italianos e espanhois que o valorizam sob as respetivas marcas. É preciso desenvolver um processo de cooptição entre players (cooperação entre players que competem nos mesmos produtos e mercados com o objetivo de baixar custos, melhorar condições de contexto, etc.).
1.2. Azeite: implementar o processo que se fez no vinho há 25 anos: marcas de produtores, marcas de azeites por variedade e olival específico. Trabalho conjunto das principais lagares de Tras os Montes para manterem a regularidade de abastecimento dos mercados de alto valor acrescentado, evitando vender o azeite a players internacionais sobretudo italianos e espanhois que o valorizam sob as respetivas marcas. É preciso desenvolver um processo de cooptição entre players (cooperação entre players que competem nos mesmos produtos e mercados com o objetivo de baixar custos, melhorar condições de contexto, etc.).
1.3. Amêndoa:
pode vir a ser um grande sucesso e um excelente negócio. Eu estou mais
pessimista que optimista. Há plantação de massiva em Espanha há vários anos, há
fortes variações dos preços de mercado em ciclos de 5 a 10 anos, vivemos o
ciclo do ponto alto da curva, vamos ver como se irá comportar o preço na fase
descente da curva. Recomendo aos produtores de amêndoa diversificação para 2 a
3 atividades nas suas explorações. Espero que a agroindústria da amêndoa
caminhe na escala de valor encontrando segmentos de mercado específicos de
valorização do produto e menos sensíveis às variações do preço ao longo do
tempo.
1.4. Castanha: vista como o petróleo de Tr´ss os Montes nas palavras do presidente da RefCast – Associação Portuguesa da Castanha, Prof. José Laranjo. Parece-me que a castanha está para a região de Trás os Montes como o petróleo está para os países árabes ou Angola, extraem a riqueza mas não conseguem reter nesses espaços geográficos o valor acrescentado gerado. Para tal, é preciso desenvolver industria em Portugal que faça a valorização da castanha para além do descasque e congelação.Por outro lado, é muito importante a extensão temporal da oferta no mercado da castanha fresca até fevereiro a abril, penetrar no consumidor jovem, encontrar formas alternativas de consumo.O castanheiro precisa de melhoramento genético ao nível das variedades e porte da árvore (copa muito grandes para suportar superfície produtiva no limite da copa, é preciso desenvolver o mesmo trabalho que foi realizado na macieira e na pereira). A cultura tem que ajustada às alterações climáticas, quer no diga respeito ao regime de temperaturas de inverno e de verão, quer humidade atmosférica e teor de água no solo. A rega e controlo de pragas tem que ser utilizadas na maioria dos soutos.
1.5. Batata: tem que fugir da cultura tradicional de par time e caminhar conforme seja possível para algum profissionalismo com integração vertical na fileira de valor acrescentado, tirando partido da origem das suas caraterísticas organolétpicas integrando-a nas cadeias curtas de comercialização, ligando-a à gastronomia local ou regional que tira partido do turismo.
1.6. Maçã está a fazer o seu caminho na comercialização, na busca de valor acrescentado, tirando partido sobretudo do mercado espanhol. Há incremento do profissionalismo e das economias de escala.
1.4. Castanha: vista como o petróleo de Tr´ss os Montes nas palavras do presidente da RefCast – Associação Portuguesa da Castanha, Prof. José Laranjo. Parece-me que a castanha está para a região de Trás os Montes como o petróleo está para os países árabes ou Angola, extraem a riqueza mas não conseguem reter nesses espaços geográficos o valor acrescentado gerado. Para tal, é preciso desenvolver industria em Portugal que faça a valorização da castanha para além do descasque e congelação.Por outro lado, é muito importante a extensão temporal da oferta no mercado da castanha fresca até fevereiro a abril, penetrar no consumidor jovem, encontrar formas alternativas de consumo.O castanheiro precisa de melhoramento genético ao nível das variedades e porte da árvore (copa muito grandes para suportar superfície produtiva no limite da copa, é preciso desenvolver o mesmo trabalho que foi realizado na macieira e na pereira). A cultura tem que ajustada às alterações climáticas, quer no diga respeito ao regime de temperaturas de inverno e de verão, quer humidade atmosférica e teor de água no solo. A rega e controlo de pragas tem que ser utilizadas na maioria dos soutos.
1.5. Batata: tem que fugir da cultura tradicional de par time e caminhar conforme seja possível para algum profissionalismo com integração vertical na fileira de valor acrescentado, tirando partido da origem das suas caraterísticas organolétpicas integrando-a nas cadeias curtas de comercialização, ligando-a à gastronomia local ou regional que tira partido do turismo.
1.6. Maçã está a fazer o seu caminho na comercialização, na busca de valor acrescentado, tirando partido sobretudo do mercado espanhol. Há incremento do profissionalismo e das economias de escala.
1.7. Atividades alternativas com fortes
investimentos nos últimos anos:
b. Apicultura- teve a entrada de novos
players com os apoios do ProDeR e PDR 2020. É uma atividade exigente em
conhecimento, experiência e gestão de pormenores. Muitos deles irão falhar,
muitos outros irão contribuir para o rejuvenescimento e evolução desta fileira.
Estou otimista quanto ao seu futuro apesar da influência das alterações
climáticas, pragas e doenças
c. Cogumelos – na minha perspetiva há aumento
da procura de cogumelo industrial e oportunidade para duplicação do negócio
seja nos players existentes seja através de uma nova industria de cogumelo
branco. A produção de outros cogumelos está a fazer o seu caminho porque é
muito importante a oferta de uma gama. Creio que os cogumelos selvagens são um
negócio que deveria ser potencializado com a elaboração de planos estratégicos
ao nível dos municípios ou CIM, tendo como objetivo fazer o diagnóstico do
estado da arte e potencial, dos objetivos a atingir se fossem executadas
determinadas ações e se fosse implementado
2. Setor agrícola
a. Pistacio, avelã e novas atividades.
b. Digitalização e agricultura/atividades de
precisão. Recolha automática de dados com armazenamento e e tratamento
informático
c. Incorporação de tecnologias de gestão,
rigor nos pormenores, fazer
d. operação certa na hora certa.
e. Formação profissional
f. Adaptação tecnológica para responder às
alterações climáticas: captações superficiais, deficitária, gestão da
rega ao longo do dia, cobertura dos tubos de rega com plástico de faces preta e
branca
g. Agricultura no MPB e biodinâmica
h. Projetos de autor versus integração via
OP´s
i. Agro industria em Trás os Montes e
internacionalização – recursos endógenos.
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