Cronica de Radio
Ha uns meses atras desenvolvi uma cronica semanal para a radio RCI de Viseu a convite do jornalista meu amigo Jose Luis Araujo.
Publico aqui o texto de uma dessas cronicas. Apesar do tema nao ser agricola tambem se aplica aos players do mundo rural e agricultura.
Revolução cultural em Portugal
Publico aqui o texto de uma dessas cronicas. Apesar do tema nao ser agricola tambem se aplica aos players do mundo rural e agricultura.
Revolução cultural em Portugal
Retomo a linha de pensamento que venho abordando
neste espaço de crónica radiofónica semanal, a qual foi interrompida na última
semana para focar tema dos incêndios florestais, tema este que infelizmente se colocou
no topo da atualidade, faço-o retomando a questão que vos deixei para reflexão
há duas semanas atrás: O que mudaria nos indivíduos e na sociedade de Portugal se
cada um de nós cidadãos assumisse transformar-se através do incremento e subida
do nosso nível cultural?
Na perspetiva da pergunta, a principal característica
da cultura é uma atitude e esforço de interpretação pessoal e coerente da
realidade familiar e da sociedade, elevando o individuo o respetivo
conhecimento, argumentação e aperfeiçoamento. Leva a aumento da exigência
global da pessoa consigo própria e com os outros e a uma justificação
satisfatória, sobre a envolvente mais próxima ou mais distante, sendo um mecanismo
adaptativo, que consiste na capacidade de responder ao meio de acordo com
mudança de hábitos, mais até que possivelmente uma evolução biológica.
Pretende-se com este incremento do nível cultural
fazer um mecanismo cumulativo que se estenda ao número máximo de elementos da
sociedade atual, modificações estas no tecido social que possam alastrar à
geração seguinte, que esta transformação faça perder e incorporar outros
aspetos que melhorem a vida nos próximos anos, assim como nas novas gerações.
Apesar de a cultura ser um conceito que
está sempre em desenvolvimento, pois com o passar do tempo ela é influenciada
por novas maneiras de pensar inerentes ao desenvolvimento do ser humano, é
preciso acelerar o processo através da interpretação pessoal e global, o que se
faz pelo incremento da ligação a um esforço de informação, estudo e reflexão, no
sentido de aprofundar a posição adotada de modo a poder intervir em debates,
sejam estes mais ou menos formais ou informais. Esta dimensão pessoal da
cultura, como síntese ou atitude interior, é o caminho indispensável ao
progresso mais acelerado da sociedade portuguesa. Esta evolução de cada de nós,
repercutir-se-á na evolução da comunidade seja no conjunto de ideias,
comportamentos, símbolos e práticas sociais, podendo vir a ser representada pela literatura, música,
arte, dança, etc., bem como influenciar a cultura popular nas suas crenças,
aproximando o contato entre regiões.
Defendo
que esta mudança se faça pela leitura de jornais e livros, cinema, visita de
exposições, etc. que se traduza no estudo, reflexão e aprofundamento dos temas
da atualidade, resultando em pensamento estruturado próprio, sempre que
possível escrito ou apresentado oralmente. Quando escrevemos ou falamos em
público sentimos uma maior responsabilidade em acautelar os pormenores, dominar
a argumentação, adquirir saber que se mantém ao longo do tempo.
Termino
com a questão que vos deixo para reflexão nesta semana: Havendo uma grande
unanimidade em Portugal de que o estudo, a elevação do nível cultural de cada
um de nós é fator direto para elevar o nosso nível remuneratório e de
felicidade, quais as causas que nos levam à inércia de não iniciar este caminho
cultural de forma consistente e constante ao longo do tempo, de achar que isso
é para os nossos filhos que o irão fazer na escola e na universidade? Porque
será que Portugal não tem tido a capacidade para fazer desaparecer este
preconceito que existe na sua sociedade há pelo menos duzentos anos, a mudança
cultural se faz-se na geração seguinte através da escola?
Tenham
uma excelente semana!
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